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A nossa história

Com actividade ininterrupta, sedeada em Lagos, é fundadora, conjuntamente com a Associação Espírita de Portimão, da União Espírita do Algarve. Implantada no meio social em que está inserida, sai das quatro paredes e mostra o espiritismo à sociedade. O que é a Associação Espírita de Lagos? Venha daí conhecê-la.


Nasceu dentro dos muros do Quartel-General na altura existente em Lagos. No final do século passado, um coronel médico cirurgião dentista, que estava a trabalhar no Hospital Militar, organizou o primeiro grupo de estudo e pesquisa mediúnica. Outros militares se lhe seguiram – capitão Lázaro, capitão Paula Santos, sargento Beles, entre outros –, tendo o sargento Narciso Vieira sido o primeiro presidente da que é hoje a A.E.L. . A acta mais antiga das suas reuniões data de 20 de Outubro de 1913. Funcionou, a partir de então, com autorização do Governador Civil de Faro.

Do seu historial fazem parte inúmeros visitantes, como Divaldo Franco (1967) na sua primeira visita a Portugal, Jorge Rizzini, Newton Boechat, Ariston Santana Teles, Dr. Francisco Thiesen, Dr. Raul Teixeira, entre muitos outros.

O mais notável é que foi um dos raríssimos centros espíritas que a ditadura de Salazar não encerrou. Facto estranho. Porquê? Um invulgar médium vidente, que colaborava na A.E.L. antes de 1974 (desencarnou entretanto), mediante esta indagação concentrou-se um pouco e depois descreveu o que lhe fora mostrado: o processo da A.E.L. estava debaixo de uma imensa pilha de processos que, primeiro que fossem ultimados, havia muito a esperar.

Nessa época, antes do 25 de Abril de 1974, era uma associação pobre de recursos materiais, embora com valiosos recursos humanos. De realçar que para se manterem em actividade tinham de ter alvará passado pelo Presidente da Câmara; para darem sopa aos pobres, um acto humanitário, tinham de ter autorização por escrito do Provedor da Santa Casa de Misericórdia a quem pertencia o albergue.

O passado próximo

Depois de 1974, com a liberdade de expressão, foi possível a elaboração de Estatutos, cuja escritura notarial teve lugar no dia 7 de JULHO DE 1977. Os pedidos de auxílio eram muitos, principalmente a nível espiritual, mas também a nível material. Nessa altura a Associação tinha cerca de 15 colaboradores.

Na A.E.L. havia um grupo de trabalhadores que, com pessoas que apresentavam problemas do foro psicológico e espiritual, faziam lindos trabalhos, num processo de terapia ocupacional. Aconteceu também que um cidadão inglês ministrava, aos domingos à tarde e às segundas-feiras, uma reunião de apoio dentro do programa dos Alcoólicos Anónimos. Tudo começou quando esse senhor, que vivia na marina de Lagos no seu barco, começou a amparar alguns seus conterrâneos. Como o grupo cresceu, teve de procurar um espaço maior. Foi a diversas igrejas (católica e evangélica) e recebeu nãos. Um dia alguém lhe falou da A.E.L. e abriram-se-lhe as portas para prosseguir a sua ajuda.

A sede própria foi fruto de generosa doação de Fortunata Leal Forçado, que não tendo casa própria e vivendo do seu trabalho, ao receber a casa por herança, logo a doou à A.E.L. .

 Perante a pergunta – de que é que a Associação vivia, pois não leva dinheiro às pessoas que ali aportam, Julieta Marques, Presidente da A.E.L. respondia:

- A Associação vive da quotização dos seus sócios, que pagam uma quota simbólica e das dádivas de alguns corações generosos. Como é óbvio, não levamos dinheiro às pessoas que vêm em busca de auxílio, mas, pelo contrário, ajudamos em casos de aflição, bem como distribuímos pelo Natal e Páscoa a cesta de mercearia a 41 famílias necessitadas e mensalmente a cinco ou seis famílias.

Uma biblioteca com cerca de mil livros (alguns deles raros) incentiva as pessoas a lerem e a terem a sua própria biblioteca em casa. Houve a preocupação de equipar a Associação com meios audiovisuais actualizados, que dessem resposta às necessidades dos novos tempos.

Vários projectos foram desenvolvidos, tais como um trabalho de teatro, canto e poesia. Anualmente faziam-se também exposições de pintura, com trabalhos realizados em reuniões de psicopictografia.

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